como um gato
A espera pode ser rodeada de atenções. De cautelas. Constante vigília de fatiga. Barricada à margem da vida que se desenrola indiferente a quem se esconde. E não há momento apropriado que o futuro nos reserve. Só o esgar do tempo que nos escarnece porque ele acontece a cada segundo e em cada segundo acontece o irrepetível. Quando os músculos finalmente se distendem num salto de coragem perdeu-se entretanto nas trincheiras a jovem elasticidade do corpo. A mais ajuizada forma de esperar é pois sorver repetidamente a seiva do presente, agitando o corpo ao sabor do destino, em lânguidos miados de prazer.