quinta-feira, junho 18, 2009

ignorância

Cultivar a rendição. Perceber no corpo a possibilidade do vôo livre através do desapego. A agricultura da vida medra em solo frágil e o amor é o adubo biológico em tempos de guerra química. As sementes da paz fazem o pão consagrado à salvação e a ceia não é só dos escolhidos mas dos aleatoriamente sobreviventes. Nem só os bons. Nem só os iluminados. Sentar-nos-emos à mesa e olhar-nos-emos curiosos perante a perplexidade da escolha. Como antes - o justo e o ladrão. Bastará porventura o arrependimento?
Quem dera não houvessem inevitabilidades e o percurso do crescimento fosse conduta de água cristalina isenta de sangue e dor. Nem a verdade nem a lógica. Nenhuma me é dado alcançar. Como a dança do junco rendido ao vento que abraça a divina transparência que o faz balouçar. Que sabedoria tão plena é esta que conjuga a aceitação com o conhecimento? Como poderei eu alcançá-la?

1 Comments:

Blogger th said...

Tento traduzir as tuas palavras em sentimentos e a mesma angustia me envolve como um véu em noite de nevoeiro.
Resta-nos aquilo que aprendemos.
Beijo, th

8:17 da tarde  

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