quinta-feira, março 13, 2008

o amor

Voltou três, quatro vezes ao coração dele. De todas lhe disse a verdade: amava-o o melhor que sabia. E uma vida inteira ensinara-a a saber quase tudo sobre o amor - nobre e democrático sentimento de amiúde confundido com a posse - o suficiente para saber que era desprendimento, dádiva, contemplação. Por ali ficara a olhar o seu amor, a desejar-lhe os mais íntimos e suaves contornos até ao limite da fé no não retorno. Quando quase vencida partia por algum tempo. Regressou três, quatro vezes ao coração dele. Com a verdade nos olhos: amo-te! amo-te! Quase gritando: não me ouves?
De que lhe adiantava que a ouvisse?! Até perceber que o amor não precisa de retorno. Uma vida inteira para aprender uma simples lição: O amor não é feliz, é só perfeito.