terça-feira, junho 26, 2007

a qualquer momento

É cedo ainda. Vê que há tempo no armazém, por entre os linhos frescos que abrigam o futuro. Só as histórias não coincidem. A que fiz; a que vivo. Uma tecida pela noite, outra tecida ao sol. Tira o pêndulo da prateleira sobranceira à janela e ajeita-o no relógio de parede. Deixa-o correr em frente e verás que não termina. Precipita-se apenas para que te assustes. Assim se testa a tua fé. A minha é como o amor. Insuspeita. Inquebrável. Basta entender o que não morre para se certificar a verdade. Virei buscar-te eternamente ao teu exílio e por isso jamais experimentarás a solidão. Deixa-te dormir um pouco mais. Estarei aqui quando acordares e porque o tempo é circular, jurar-te-ei em falso uma data qualquer. Qualquer uma serve para viver a felicidade. E a qualquer momento podemos chamar presente.