tudo ao molho
A apatia morde-me o calcanhar e eu deixo que o seu formigueiro se alastre até ao total torpor da nuca que me adormece. Barrico-me das opiniões diversas e dos debates acesos. Sei lá por onde vão! Nesta redução metabólica encontro a paz necessária à minha natural arrogância. O sono profundo do mais profundo desinteresse. Uns que roubem, outros que se prostituam, os demais que aldrabem, todos na convicção serena de que contribuem para a nova ditadura do egoísmo. O Benfica não ganhou. Diferente de ter perdido. Mas com isto não há pró-actividade que me valha. Não me contamina o stress moderno nem o estereótipo do corre corre em prol da proximidade da morte. Prefiro as pílulas de giseng, que sempre sou eu que lhes doseio a toma. No demais, entendo que o futuro se adivinha pior do que o passado. E nem sequer sou pessimista. Mas há uma humanidade em busca de uma diversidade que a divirta. E tudo vale. Já lhes cansa a net quanto mais a bisca. Não há ilusões que resistam por tempo suficiente à necessidade global de fuga. Eu cá ainda gosto de jogar às cartas mas já me falham os parceiros. Fico aqui no sofá a ler um romance que me abstraia, pensando com inveja nos que ainda se mexem convictos. Prestando-lhes mais a homenagem da piedade do que a do respeito. Depois disto, um voto de fé: queira o Belenenses dar uma coça aos lagartos.
5 Comments:
LOl, coitadinhos dos homens de Belém, se jogarem cmo jogaram no último jogo... :-(
Bj, Bastet!
E viva o 25 de Abril!
viva a bastet :)
Embora muito raramente comente, leio-te com frequência. Gosto do que escreves e da forma como o fazes.
Quanto a este post, podia ter sido escrito por mim:), tal a identificação com ele.
Bjs.
Futebolices à parte (não pesco nada de bola e, para ser franca, nunca gostei de ver aquela cambada de marmanjos a correr atrás dela e a ver o dinheiro a chover torrencialmente nas carteirinhas), este post algo negativo, mas escrito com uma clareza própria de quem não está com o olhar turvo de lágrimas nem o pulso tremelicante de receios, soou-me a algo familiar. Coincidências? Os livros também me vão valendo. E a ingenuidade que me permite ir sempre esperando o melhor e não ficar incapacitada quando o pior salta da caixa.
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