o dia novo
Foi então que remexi no meu corpo em busca de fé. Quando nas ruas tentava perceber um qualquer caminho. Quando os telhados choravam ao sol um Verão imenso, fartos de um calor que eu não sentia. Agradecia à velocidade do tempo quando a noite não fazia nenhuma promessa, acalentando apenas a certeza de mais um dia terminado, na inata sabedoria de quem sobrevive. Depois a alma caleja. Quando transpõe as dores dos sapatos de pedra. E já não soçobra pela manhã quando não festeja a vida. Anda assim moribunda numa pré convalescença. Cambaleante pelas mágoas que lhe infligem até à dor lhe ser quase indiferente. Foi há tanto tempo que nem me lembro do primeiro dia novo. Talvez porque me obriguei ao esquecimento. Talvez porque a raiva nunca me venceu. Ou porque a pedra filosofal da cura é o amor, e esse, a par da fé, nunca chegou a perder-se de mim.
3 Comments:
"...Ou porque a pedra filosofal da cura é o amor, e esse, a par da fé, nunca chegaram a perder-se de mim."
... nem de mim...
Um abraço e bom 2007
Um beijinho Bastet e outro para uma enhora que se não feza nos já, está quase a fazê-los
:)
Dá-lhe os meus Parabéns, sff*
nominaste o Amor, a Fé... pairando nas entrelinhas percebi a Esperança.
Um beijo, amiga.
Enviar um comentário
<< Home