este mar de carros
O mar veio ver-me e sossegar-me com o som das suas ondas. Não importa se são os carros que param para me deixar passar. É o arrastar de vagas que me chega aos ouvidos tal é o alheamento que me traz a dor. E por uma vez não é a dor dos outros que me dói, nem as feridas que lhes abro sem querer. Esta é a minha dor egoísta. A que medra a medo da sua afirmação. A que sai de mim e me arrasta dos ombros as culpas que carrego. E a indiferença que sinto abre-me os olhos até à espuma de raiva e força que o mar liberta. Porque vejo os sulcos que já cicatrizei sozinha no meu corpo. E forço a memória das coisas que esqueci. Estou no mesmo pedestal onde me colocam. Que me põem e tiram dos pés. Até que reclamo a sua propriedade. É minha esta rocha onde me alteio porque nasce de mim. Se sou o trampolim não me acusem da altivez que os serve. Se sou sempre a mesma mulher. Odeiem-me pelos meus defeitos mas não me transformem as virtudes. Nem me tornem igual ao que não sou. O maior contém o que é pequeno como a areia tem o grão. E não queira este ser a extensão do areal porque o vento recorda-lhe a sua mesquinhez. Mesmo quando são os prédios que me amparam que querem se vejo neles a imensidão?
7 Comments:
Caixa de primeiros socorros?...;-)
*
:) sim SGC, em sintonia também só tenho panaceias... :*
experimenta dizer o título do post com sotaque afro...
pedro a.
o que tu tens que ver,e sentir, que te ampara é a estaca de bronze que te sustenta a coluna, que isto de andar de alma erguida não é de todos
;-)
Pedro a: escarros? :) lol! olha que até que dava com o conteúdo!
J.P. puxa Jaquelina vindo de ti até se me alegraram os bigodes! :)
O meu primeiro livro já se encontra à venda nos meus blogs. Que tal uma visita lá pela tendinha?
excelente texto
fez.me bem ler.te
jocas maradas
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