conto de Natal
Quebraram-se os ramos da última árvore e com eles a canção de Natal de algumas crianças. Tentaram colá-los ao tronco como se este, apesar da sua vontade, os pudesse aceitar de volta. Mas não havia vontade que chegasse para consertar a morte. E no chão, duas folhas de cores berrantes, assinalavam a maldade gratuita, aquela que é feita a troco de soldo nenhum. Já se via a seiva feita sangue e os galhos como cadáveres, que o sentimento tem destas metamorfoses quando deseja aprofundar a dor no coração, para que esta marque e doa. O que dói deixa marcas de ensinamento muito para além de qualquer convalescença. As crianças olhavam a árvore compreendendo todos os homens - os que cultivam e os que matam. A árvore balouçava ao vento o pouco que lhe sobrava da sua dignidade antiga. Ali mesmo se fizeram solidárias as mãos dos meninos e das meninas, dando descanso na terra aos pequenos troncos e afagos à mãe amputada. Pudesse a árvore ter-lhes dito o que sabia e teria sido maior a lição. Na noite de Natal eram as folhas de cores alegres que enfeitavam as casas, simbolizando o respeito pelo que sobrara. Houve uma estrela mais brilhante que acomodou a sua luz no topo da última árvore e talvez por isso se desse o milagre muito antes da Primavera. Foi por Janeiro que as crianças voltaram e agradeceram à vida ter ressurgido do nada, ali onde a mesma árvore se rodeara de irmãs, acreditaram que Deus ainda tinha poder sobre o mal.
10 Comments:
Há estrelas mais brilhantes que outras em determinado período de tempo. Senti isso de uma forma quase física quando aconteceu algo há muito tempo. Aquela luz era mais brilhante e o céu estava especialmente iluminado com a chegada daquela estrela nova.
As estrelas, como os anjos, sobem depressa ao céu.
podera todos os meninos e meninas ensinarem-nos a lição na discórdia.
Que este teu Natal seja feito de folhas de todas as cores da vida.
beijosol
Não te comento o conto de Natal (tão bonitinho!), porque tenho uma ostra atracada na garganta :P
que a tua casa seja invadida por folhas de mil cores para que sorrias nesta Natal
Beijocas doces
Queridas Vague, JP e Hipatia e querido Mocho Falante, os mais sinceros votos de um Feliz Natal para vocês, cheio de paz, calor, amor e carinho.
E agora só para ti Hipatia, se tens uma ostrinha com molho de cerveja preta atravessada na garganta ou um bacalhau com leite de coco a trabalhar-te na disgestão, tenta beber uma gotinha daquele vinhinho que não quiseste partilhar :) LOL, LOL!!!!
Ah, já me ia esquecendo do pão de ló com dôce de ovos e do pudim....
Buuuuuááááááááááááá
(e o cozinheiro também mas há-de pagar; e o senhor da voz bonita também; e vou ensinar mais umas rezas à miúda, vais ver...)
Buuuuuuuuááááááááááá
Já estou a ver o filme... Pai Nosso que estás no céu venha a mim a papeira assim como o sarampo... Eu é que te dou o sarampo ó in be josa!!!
Eu gostaria de deixar uma frase bonita, mas os neurónios estão de férias...segue fotocópia:
Eu também estou mais para hibernar do que para postar banalidades e a contar os dias que faltam para Janeiro, depois do dia 1...impossível ter disponibilidade com toda esta pressão. Para quem faz do Natal uma época feliz e alegre, os meus votos de que assim seja.
Agora vou dar uma volta pelos blogs que costumo visitar e vou deixar este mesmo comentário em todos.
BOM NATAL!
th
Aceita o desafio e escreve sobre a foto que tenho no Palavras em Linha. :)
Querida Th, na impossibilidade de hibernarmos cá vão os meus votos de Feliz Natal e um enorme beijinho. :)
Olá, Palavras em Linha, claro está que vou passar pela tua casa e espreitar o desfio! Um beijo para ti! :)
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