violência doméstica
Aconselham-se as pessoas mais sensíveis a não lerem este post.
Tudo parecia decorrer normalmente. Deitara a minha filha e ela adormecera profundamente depois de me ter chamado apenas trinta e duas vezes, não contabilizando o habitual pedido de uma goma e um copo de água. Tinha o telemóvel a carregar na tomada da bancada da cozinha quando soou o seu toque. Dirigi-me algo surpresa pelo adiantado da hora. Nada demais. Um beijo nocturno e uma voz quente. Desliguei satisfeita e talvez por isso o meu andar fosse mais saracoteante. À saída da minha cozinha há um tapete. Um pequeno tapete azul. Já apagara as luzes do corredor, não fosse a rapariga acordar e chamar-me de repente pela trigésima terceira vez. Não o vi. Senti-o. Fofo e macio debaixo do meu pé. Um horripilante miado cortou o silêncio da noite - Pisei o gato, merda! Tropeço. Dou com a fronha na ombreira da porta, com os joelhos no chão e com o queixo na pequena scooter da rapariga adormecida. Sinto o gato felpudo e gordo arranhar-me o pé e fugir assustado. O sangue jorra do meu sobrolho. Levanto-me a custo com o joelho esquerdo dorido. Arrasto-me até ao espelho do wc. Estanco o sangue com dificuldade. Um lanho enorme adorna o meu sobrolho direito e um vergão vermelho o meu queixo. O pé direito sangra pelos arranhões felinos. O joelho esquerdo abatata-se de súbito, grande, imenso, imponente no seu vermelho arroxeado. Acabo a noite no sofá. Estendida. Com gelo na cara e no joelho e a rir descontroladamente. O gato espreita-me ofendido. Pedi-lhe desculpas. Salta para o meu colo. Promete não voltar a deitar-se naquele tapete. Como é bom estar na segurança do lar!
Tudo parecia decorrer normalmente. Deitara a minha filha e ela adormecera profundamente depois de me ter chamado apenas trinta e duas vezes, não contabilizando o habitual pedido de uma goma e um copo de água. Tinha o telemóvel a carregar na tomada da bancada da cozinha quando soou o seu toque. Dirigi-me algo surpresa pelo adiantado da hora. Nada demais. Um beijo nocturno e uma voz quente. Desliguei satisfeita e talvez por isso o meu andar fosse mais saracoteante. À saída da minha cozinha há um tapete. Um pequeno tapete azul. Já apagara as luzes do corredor, não fosse a rapariga acordar e chamar-me de repente pela trigésima terceira vez. Não o vi. Senti-o. Fofo e macio debaixo do meu pé. Um horripilante miado cortou o silêncio da noite - Pisei o gato, merda! Tropeço. Dou com a fronha na ombreira da porta, com os joelhos no chão e com o queixo na pequena scooter da rapariga adormecida. Sinto o gato felpudo e gordo arranhar-me o pé e fugir assustado. O sangue jorra do meu sobrolho. Levanto-me a custo com o joelho esquerdo dorido. Arrasto-me até ao espelho do wc. Estanco o sangue com dificuldade. Um lanho enorme adorna o meu sobrolho direito e um vergão vermelho o meu queixo. O pé direito sangra pelos arranhões felinos. O joelho esquerdo abatata-se de súbito, grande, imenso, imponente no seu vermelho arroxeado. Acabo a noite no sofá. Estendida. Com gelo na cara e no joelho e a rir descontroladamente. O gato espreita-me ofendido. Pedi-lhe desculpas. Salta para o meu colo. Promete não voltar a deitar-se naquele tapete. Como é bom estar na segurança do lar!
25 Comments:
LOL
(eu sei que não devia rir, mas tu entendes-me!)
Suponho que tenha sido o J. O outro miau nunca te arranharia e, por certo, estava a embalar a cachopa :)))
Agora falemos de coisas sérias: fazes ponte no dia 31? E que tal se abalasses até cá a cima? Apetecem-me castanhas assadas ;-)
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Absolutamente impressionante o título do post ... quando comecei a ler tinha uma série de ideias p´ré-concebidas acerca de tudo e mais alguma coisa ...e ... de repente, a cada linha que os meus olhos consumiam uma nova realidade surgia por detrás de cada palavra... excelente ;)
Beijinho encaracolado ;)
Moral da história: a vida é como os interruptores.
Ó mulher, tens de fazer um seguro anti-gatos! Estás melhor?
Desejo-te as melhoras, pá, mas confesso que não pude conter o riso perante essa descrição do teu infortúnio felino... :)
Heheheheh! Quem é que te manda viver na casa deles? :oD
Imagina que a tua casa não era segura!
Como ainda consigo mexer os dedinhos, cá estou eu a agradecer a vossa preocupação enquanto os sacos de gelo me escorregam dos joelhos. Não posso é franzir os olhitos que me até os dentes me doem :) Beijos para todos aqui da mutilada.
PS: Sim Hipatia é claro que foi o Jeremias! O outro, naturalmente, embalava-se a ele e à melga.
Quanto á ponte ainda não sei mas lá que umas castanhas iam bem... Será que nessa altura já me posso mexer? :)
As melhoras. E, sim, ri-me. Teve graça. (Sobretudo, porque a minha gata enrola-se nas minhas pernas e faz-me tropeçar «n» vezes. Nenhuma delas com a gravidade do teu episódio (hilariante) porque fui com a mão ao chão a tempo e assim não o lambi com a cara.
Adorei!!! ri a bom rir. Valeu. Um abraço fraterno.
Judite, tem cuidado! Acende as luzes do corredor à noite! Esses bichos felpudos, lindos e ronronantes são um perigo! Bem, as portas e os tapetes também...
Obrigada Baptista Filho! Mas sorte a tua que podes rir... a mim faz-me doer a cabeça :)))
Um " lenho " enorme adorna o meu sobrolho direito.
lenho ... :)
espero que tudo esteja bem contigo :)
:)
bjks
porque será que acabamos sempre a rir nestas situações????
é inacreditável como nos dá para termos o sentido da figura ridicula que acabámos de fazer....
Espero que estejas bem e ao gato claro...as melhoras!!
Beijinhos em forma de RemonGEL
tb tivemos um episodio com o gato este fim de semana. A coitadita da bella ia dar um beijinho de boa hoite no Henoa, escorregou e acabou por sentar em cima de uma vela. Coitadita mandou um salto, e nos ficamos com a casa a cheirar a gata estorricada :).
Deixa lá, podia ter sido pior.
1) Podias ter caído sem antes receber nenhum telefonema...
2) Podias ter partido os dentes da frente, o que é sempre desagradável..
3) Podias ter caído em cima do gato e tê-lo morto.
4)etc...
Como vês há sempre imensas maneiras de as coisas correrem ainda pior...
Espero que o "lenho" sare depressa, e depois uma cicatriz dica sempre sexy...
Querido Barão, o "lenho" fica-me a matar ;) e na verdade se não fosse o medo de matar o gato acho que não me teria jogado contra a ombreira da porta! Os dentinhos ainda estão cá todos, sãos e salvos!
Meu Deus e eu a pensar que era uma "estória" assim a modos que à moda daquela louca de A Sebenta...que ela agora tem mais um blog e chamou-lhe rrras-te-parta. Afinal a realidade pode bem ultrapassar a ficção, ás vezes.Miminhos nos doi-dois para sarar mais depressa, th
Ó melher!
Vá lá, não foi mau, se tivesses ido ao hospital ninguém acreditava nessa história! :lol:
Estás melhor? Espero que sim. ***
Queridas Th e Noite foi verdade pois! Tenho os joelhos ainda doridos e negros e o lanho no sobrolho já está a sarar! Quanto ao que dizes, Noite, sobre uma hipotética ida ao Hospital tive plena consci~encia disso quando cheguei ao emprego e me começaram a olhar de lado :)
Gargalhadas!
Fiquei sempre`à espera que algum vizinho indiscreto tivesse comentado a brutidade do companheiro!
GARGALHADA!
(espero que estejas melhor, apesar de tudo!)
Tenho os cortinados sempre corridos contra a vizinhança indiscreta :) senão ainda me denunciavam à protectora dos animais, ou será que denunciavam o Lord Jeremias à protectora dos humanos?
pelo menos ainda pisaste um gato, agora eu a única desculpa foi mesmo a luz apagada.
Melhor?
Olá JP! A luz apagada, sem gato nem nada? Eu já estou melhor e tu? :)*
a luz apagada, a gata e os putos a dormir, eu a fazer anos, o homem de serviço 12horas, eu agarrada ao sobrolho, levava pelo menos 4 pontos. sorte o wiskie cá de casa, a descrição caótica está lá no blogue a 21 de fevereiro, e tirei fotografia e tudo eheheheh
estupidez do piorio ;-)
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