música de inverno
Quando a música cheira a cafés antigos e a roupas negras, a cigarros queimados por entre os lábios e os dedos de amantes abandonados, quando a música chora aos nossos ouvidos arrastando os compassos em nostalgia e os olhos se vêm perdidos por entre o vidro e o nevoeiro de uma vida, vítreos, parados, vagueando por mais negros lados que a negritude das roupas dos amantes hipnotizados, embriagados pelos acordes que se soltam dedilhados numa qualquer guitarra. Quando a música cheira a Inverno numa noite quente, agasalhando as madeiras de fumos de lareiras e pingos de chuva, numa voz rouca, tão profunda que arrasta consigo a tempestade, que queres meu amor, sofro uma qualquer saudade de um tempo que não vivi, de um século a que não pertenci mas em que era mulher e em que te queria ao meu lado.
6 Comments:
Está lindo Bastet, para quando este blog tranformado em livro?? A unica respota que posso dar é cp, isto:
...Despojos
em revolta jangada num dilúvio:
aqui estou eu, de rojos,
sobre o teu colo rúbio
deixando escorregar o pensamento
como a lava na encosta do Vesúvio.
Poema de amor que se oferece.
Venha a mulher que o mereça
que o amor tudo merece!
Obrigada Mocho :) principalmente pelo poema que escreves ao qual comentaria isto: não importa muitas vezes se quem se ama merece o nosso amor porque, apesar do eventual sofrimento, é mais feliz quem tem a capacidade de amar. É o amor que torna o ser humano melhor e nem todos foram brindados com o dom de amar de forma intensa e completa. Um beijo para ti.
Sempre que cá venho fico deliciada com o que leio, espero um dia ter um livro destes escritos para poder fazer dele meu livro de cabeceira...th
Querida theo, se algum dia houver em que esse livro seja realidade, espero por ti para o autografar com dedicatória especial :). Um beijo.
Eu também quero essa assinatura na página do meu livro assinadinha com uma pena do meu dorso ora essa
Está então combinado mas escusas de tirar as penas! :)
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