a minha sombra
Alguém viu por aí a minha sombra? Deixou de me seguir os passos, os gestos, os dias, deixou de me ensombrar a prosa e a poesia, alguém viu a minha sombra? Ou estará ela adormecida na copa da árvore da morte e da vida...? E que ligeira vou pela rua sem que ela me persiga, sem que me sussurre baixinho as suas negras palavras de agonia, sem que me vista o corpo de pesar e de lamentos, de fantasmas a noite e os pensamentos, assenhoriando-se do espaço e do sol, nublando o céu de cinzas e chuvas, abafando os gritos, os risos, as vontades, carpindo vultos imaginários e monstros marinhos que lendários, soerguiam as escamas dos mares de tristeza, tragando vorazes o singelo e a beleza, avolumando as preces de pedidos, a boca de súplicas, alguém viu por aí a minha sombra de dúvidas? Deixou-me os versos mais soltos, mais brancos, sem a dor que tange de fumo as palavras... Se alguém viu a minha sombra, viu com ela as minhas mágoas.
3 Comments:
Se a encontrar, vou passar com passos de caxemira para que não acorde os seus sentidos e que volte a atormentar com as mágoas de um passado de Adamastor, se a encontrar voarei com ela para longe da alma e do sentir para que o sorriso e o Sol andem sempre de mãos dadas
Deixá-la desaparecer, para nunca mais voltar!
Obrigada mocho por tão bonitas palavras, gostei da imagem dos passos de caxemira! :)
Pois é Zu, xô!!! :)
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