quinta-feira, maio 12, 2005

tarde ao sol

Vem, chamo-te ao meu engano, sem engenho que dê arte às minhas palavras mas com os olhos presos numa virtual presença. Que bom saber-te, ainda assim, demoradamente ao sol por mim plantado neste céu imaginário, onde diariamente me recolho e aqueço. É esta a casa que nos sobra, onde dou acolhimento, onde recrio ilusões desfeitas, onde travo batalhas vencedoras e perdidas, onde jogo atitudes, onde ganho alento. Estende pela tarde fora a velha toalha azul na areia destas paragens e escuta a minha voz no silêncio das parcas novidades, vê o sorriso que não me abandona porque como dom nasceu comigo a par das lágrimas poucas, salpicos inconsequentes, que dizem tão pouco de mim quanto as mais tolas senteças. E sei bem que não preciso de chamar-te, nem ao engano, nem à verdade, porque quando cai a tarde, sei-te ainda demorado, adivinhando o presente por entre os seixos com que assinalo o meu caminho.

3 Comments:

Blogger Maria do Rosário Sousa Fardilha said...

Cada uma das sentenças é um verso. Fiquei rendida a esta prosa- poética.

12:35 da tarde  
Blogger Bastet said...

:) obrigada mrf!

2:27 da tarde  
Blogger Bastet said...

:)* para ti laurinha.

9:11 da tarde  

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