a longa viagem
Quando partiram para o mar não sabiam a data do regresso. Velejariam à sorte dos ventos e das marés até que terra os cativasse de novo. Há nos homens o desígnio das águas e dos céus a par da inevitabilidade da terra. Há nos homens o desejo de fuga e de aventura, a ânsia do conhecimento em detrimento quantas vezes do que na verdade nunca chegaram a conhecer. Anos de navegação concêntrica trouxeram a embarcação ao porto de partida. Deslumbrados, acreditaram ser aquela a terra prometida e correram a deixar semente no Novo Mundo. Não foi à toa que ficaram desarmados quando alguém, vagamente conhecido, ironicamente lhes disse: marinheiros de água doce jamais se devem fazer ao mar.
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