segunda-feira, abril 25, 2005

acordar

Porque não dei pelo tempo? Pelas horas de água consumidas na clepsidra de cristal enquanto o vento era anestesia e eu brincava distraída nos detalhes da minha fantasia? Porque não dei por ti que crescias ao meu lado tão real esperando a minha mão para te empurrar o balouço, entornando o copo e correndo cheia de vida em passitos pelo corredor? Trezentos e sessenta e cinco dias congelada, amante do torpor que uma noite se instalou e não me trouxe a madrugada prometida. E se a espaços acordava estremunhada porque não pude então despertar e correr desabrida pela estrada, pela casa, pelo mundo, onde os teus olhos cinzentos me chamavam? Levo-te ao parque e descubro o segredo, o antídoto de todo o medo, escondido no teu sorriso de criança, gorgolejando mil e uma gargalhadas, por enfim estarmos tão simplesmente, juntas e de mãos dadas.

1 Comments:

Blogger Helena said...

de mãos dadas
:)*

7:17 da tarde  

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