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Encontrou-a vestida de cordas pela manhã como se fosse outra roupa qualquer. Supusera que partira à aventura, à descoberta dos caminhos da liberdade mas ela ali estava de cordas amarrada. Estranhas vestes que a marcavam e cobriam, cordas espessas, cegos nós, lais de guia. E perguntou-lhe porque não fugira. E ela disse-lhe que não há fuga, nem distância que consiga apartar os nós, verdade que há muito descobrira. E ele, que procurava negar essa verdade, chorou, soluçou. E as cordas molhadas de lágrimas tornavam-se ainda mais pesadas, cilícios de morte em vida. Um dia, véspera de outro dia qualquer, estas cordas serão pó, leves fios de enfeitar e nesse dia, precisamente, poderei nua, sem amarras, ver-te vir-me buscar.
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