a galope
Que a vida e a morte possam ser um galope, mar a dentro, mar a fora, até ao sem limite do universo, até sermos espuma fresca e leve. E de lá, espreitando a praia, vejamos as crianças a brincar e reconheçamos o passado e o futuro na tela azul do mundo. Que se transporte o vento, a música suave e sibilante, nos bolsos da imaginação, até vermos desgrenhados os cabelos da musa da velocidade, mais que o som, mais que a luz, o pensamento. E assim é só uma estrada em que nos vamos desvanecendo, vivendo e fenecendo, corpo, água e espuma simplesmente. Que seja a vida e a morte um percurso transparente, sem sinais que os do tempo, que se vira e revira até perder a força e o sentido. Um cavalo selvagem indomável, sem sela e sem arreios, que não ponhamos à vida os freios que supomos ver na morte, onda última que transpomos a galope.
3 Comments:
"que não ponhamos à vida os freios que supomos ver na morte, onda última que transpomos a galope". Daria uma bela lápide. Alada.
Gostei deste “A galope” …
… e a imagem é simplesmente belíssima.
:)
Nino: Quem sabe não será o que figurará na minha...
Olá Amiga Teatro, há muito que não me visitavas! Ainda bem que voltaste! Obrigada :)*
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