chez moi
A minha casa é uma selva. Com animais selvagens. Passeiam-se um tigre e uma pantera negra pelos tapetes. Há uma pequena e indomável domadora de olhos cinzentos que deles se acerca e que deles tudo faz. E ouvem-se os barulhos das guerras nocturnas pelo território, as disputas pelos sofás, os ataques inesperados das riscas tigresas à negritude da pantera altiva que olha surpresa uma barriga alaranjada com tufos de pelo que se expõe, sem medos, à brincadeira. E a infantil rapariga que aproveita o momento e se joga em festas e carinhos ao pequeno tigre desconcertado com os acessos de ternura. Bebe-se a água corrente das mãos de uma deusa, pouco crente da sua divindade, administrando os víveres, as ordens e os tempos, gestora do espaço sagrado e das disputas de afectos. A minha casa é uma selva. Passeia-se com véus e saltos uma princesa desperta, vaidosa, entre os seus desarrumos de trapos, jogos e almofadas, amarrando os cabelos com elásticos multicolores onde repousam tiaras de falsos brilhantes e segurando nas mãos uma mágica varinha de condão. E não há maior encantamento que a selva adormecida, quando a princesa domadora e dominadora repousa em rosas e as feras adormecem aninhadas ao seu lado. É então que a deusa esgotada acredita de novo que reside no Olimpo.
3 Comments:
É uma selva ordenada, digamos.
:)
É pois! :) Mas é uma selva!
fotos! quero fotos! :))
Enviar um comentário
<< Home