vulgo dinâmica
breve intróito
A estima que me merecem todos os meus leitores em geral e alguns em particular e ainda os telefonemas de amigos desorientados, leva-me a adoptar esta medida, a que não chamaria drástica, mas talvez e tão só inusitada. Assim, não se tratando de forma alguma de refazer o post imediatamente abaixo, trata-se tão somente de lhe dar uma outra forma, uma outra leitura que, creio, facilitará a sua apreensão. Espero que se sintam livres de pedirem mais do mesmo sempre que o acharem oportuno e/ou necessário.
Cá vai:
A monotonia faz-me muitas vezes sentir que me afundo (salvo seja!) como se fosse uma rocha ou tivesse grilhões de ferro (aqui a repetição é para afligir o leitor e transmitir com ênfase o processo do afogamento). Afundei-me quieta, sem esbracejar (como seria expectável e louvável até) mas com raiva de não me mexer e pena de mim mesma (coitadinha que me estou a afundar e ninguém me acode). Quando percebi que estava a ser uma idiota chapada (e esta expressão tem a sua graça) e já quase não me lembrava porque tinha raiva ou do que é que tinha raiva (e não, não se trata de arterosclerose mas sim da passagem do tempo) deixei de me sentir coitadinha. Na monotonia (imagem das águas paradas) que achara uma m#%rda, achei alguma piada, alguma vantagem. E daqui decorrem as duas perguntas:" Onde estavam as amarras que afinal eu me pusera?" e "Ou em que rocha supostamente me tornara?" - Espero que fique claro que se tratam de imagens. Eu de facto não me havia amarrado, nem me transformara por processo alquímico desastroso em rocha. Por fim, as conclusões: A vontade de andar sempre a fazer de saltimbanco não é uma herança da minha infância (reservo-me o direito de fazer um destes dias um outro post sério sobre este assunto) ou se é, eu aprendi a repudiá-la. E agora, o happy ending: "E se me perguntam se afinal eu me resigno, ou se por fim estou velha e cansada, mostro os braços que ainda se levantam de quem nunca afinal foi afogada" - Como quem diz , não se trata de eu me ter transformado numa comodista, numa resignada, ou de estar velhota e a cair da tigela, nãaa, eu cá estou rija, percebi que eu é que me estava a tramar e ainda cá tenho os bracitos levantados para o que der e vier! Toma!
A estima que me merecem todos os meus leitores em geral e alguns em particular e ainda os telefonemas de amigos desorientados, leva-me a adoptar esta medida, a que não chamaria drástica, mas talvez e tão só inusitada. Assim, não se tratando de forma alguma de refazer o post imediatamente abaixo, trata-se tão somente de lhe dar uma outra forma, uma outra leitura que, creio, facilitará a sua apreensão. Espero que se sintam livres de pedirem mais do mesmo sempre que o acharem oportuno e/ou necessário.
Cá vai:
A monotonia faz-me muitas vezes sentir que me afundo (salvo seja!) como se fosse uma rocha ou tivesse grilhões de ferro (aqui a repetição é para afligir o leitor e transmitir com ênfase o processo do afogamento). Afundei-me quieta, sem esbracejar (como seria expectável e louvável até) mas com raiva de não me mexer e pena de mim mesma (coitadinha que me estou a afundar e ninguém me acode). Quando percebi que estava a ser uma idiota chapada (e esta expressão tem a sua graça) e já quase não me lembrava porque tinha raiva ou do que é que tinha raiva (e não, não se trata de arterosclerose mas sim da passagem do tempo) deixei de me sentir coitadinha. Na monotonia (imagem das águas paradas) que achara uma m#%rda, achei alguma piada, alguma vantagem. E daqui decorrem as duas perguntas:" Onde estavam as amarras que afinal eu me pusera?" e "Ou em que rocha supostamente me tornara?" - Espero que fique claro que se tratam de imagens. Eu de facto não me havia amarrado, nem me transformara por processo alquímico desastroso em rocha. Por fim, as conclusões: A vontade de andar sempre a fazer de saltimbanco não é uma herança da minha infância (reservo-me o direito de fazer um destes dias um outro post sério sobre este assunto) ou se é, eu aprendi a repudiá-la. E agora, o happy ending: "E se me perguntam se afinal eu me resigno, ou se por fim estou velha e cansada, mostro os braços que ainda se levantam de quem nunca afinal foi afogada" - Como quem diz , não se trata de eu me ter transformado numa comodista, numa resignada, ou de estar velhota e a cair da tigela, nãaa, eu cá estou rija, percebi que eu é que me estava a tramar e ainda cá tenho os bracitos levantados para o que der e vier! Toma!
Nota final da autora: Eu cá acho que isto assim fica feio. Que não é para isto que cá ando. Que tenho mais que fazer que explicar aos mongos o que escrevo, mas pronto. Ahh! E ainda o título "dinâmica" que pretendia resumir o movimento oculto na estagnação. Certo?
14 Comments:
Ou de como o trágico pode ser cómico:)
O último filme do W. Allen fala disso, dessas duas maneiras diferentes de ver as mesmas coisas.
E quando se escreve alguma coisa mais pesada fica sempre algum receio (às vezes confirmado, como ver se pode) de que as palavras sejam interptretada duma maneira dramática. Acho q é o facto de as palavras escritas adquirem o peso que a palavra falada não tem...
e estar-se triste e apetecer escrever sobre isso é tb catarse e também
somos personagens de nós próprios.
É bem verdade Vague! Confesso que fazer este post me deu algum gozo e no fim achei que estava "catita". É bom desmistificar o trágico. É o meu habitual recurso para ultrapassar as dificuldades.
O afogamento como metáfora não será algo delicado nos tempos tsunâmicos que vivemos?
LR
Será até uma metáfora politicamente incorrecta poderás dizer... mas de resto nunca fui conhecida pelas atitudes politicamente convenientes, nem por metáforas felizes. De resto, quando falo sou muitas vezes um desastre ambulante e quando escrevo ponho-me ainda menos amarras LR.
E a Bastet sabe nadar, yo!
LR
Lá nadar sei. O estilo é que nem sempre agrada! :) É o chamado "fura ondas"...
Que conversa da treta que para aqui vai!
AR
AR: Como tu também não tinha nada para postar e vai daí... toca a comentar!
E "furas as ondas" em bikini ou fato de banho?
LR
Em bikini. Porquê?
Curiosidade masculina ;-)
LR
Curiosity killed the cat mas como o gato(a) aqui sou eu...
A Bastet não só fura as ondas, como também as provoca. E aqui é que está a grande diferença.
Obrigada CC, acho eu...
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