os incríveis
Conheço razoavelmente as mulheres e também os homens. Sou uma daquelas e privo com estes. Constantemente se surpreendem com este dom de que pouco explico. Não se explicam os dons. Explica-se aos outros o que eles sabem mas nem sempre confessam. E com a estridência da verdade transformada em som e palavras, olham-me surpresos. Eu cá, já os olho com a indiferença quase profissional de quem faz o prognóstico e prescreve o receituário. E curiosamente esta faceta a que exageradamente ousei chamar dom mais não é que a consciência dos outros. Os outros sem mistério. Despidos do encanto com que os vestimos para tantas vezes nos agradarmos. Reduzidos aos instintos primários sem os rendilhados dos gestos e atitudes. Deste resultado nem sempre agradável poucos querem as consequências. Ninguém gosta de ver a nú o que de si próprio quiz esconder. A verdade é que quase ninguém gosta de alguém pelo que é mas sim pelo que dele quiz fazer. E depois há a coragem. Rara virtude. Que bruta nos faz enfrentar com firmeza a fragilidade absurda de quem nos rodeia. Que nos faz dizer com arrogância "o que tu sabes já a mim me esqueceu". Como ninguém está para ouvir "amo-te como és"... No fundo todos querem ser os super-heroís aos olhos de quem os ama. E todos querem heroínas angélicas e dramáticas e não simples mulheres que mistificam as suas mais básicas necessidades com mistérios de doces palavras e lágrimas furtivas. E neste mundo dos falsos "incredibles" cometerei o erro recorrente de não lhes alimentar o "ego", despindo-os de fatos e mascarilhas e chutando a verdade para o alto. Helás!
1 Comments:
clap,clap,clap
não são palmas bastardas de sebo, nem de admiração ingénua.
Há palavras que não servem para as luzes de neon. São apenas aclamadas pelo ruído.
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