sábado, dezembro 11, 2004

alucinação

Só se apercebeu do seu logro quando já tinha os pés molhados. Já não foi a tempo de retirar as peúgas mas ainda pode arregaçar as calças. Não faz mal - pensou - felizmente sei nadar.
Mergulhou profundamente nas águas aguareladas de ocre e laranja. Descobrindo a energia das suas braçadas apreciou a suavidade do momento. Desfez-se da roupa e saiu orgulhosamente nua pela praia. Era uma mulher de vastos recursos. Quem teria perdido uma sereia? - Questionavam-se absortos os pescadores de fim de semana, olhando o vulto curviforme que se despedia daquelas areias.