post doméstico
Hoje queria que as palavras me saíssem inspiradas em torrente. Tal qual a água que ontem saiu da minha máquina de lavar roupa e me inundou o chão. Que de mim conseguisse retirar o filtro que impede a exacta transcrição das minhas emoções como o filtro que retirei da máquina e causou o dilúvio. Apanhar os pedaços soltos de mim, torcê-los com uma esfregona para o balde e deixar enxuta de lágrimas a minha alma como deixei por fim a minha cozinha.
Arredei máquinas, cama de gatos, ensopei toalhas e tapetes com uma diligência reactiva impecável. Gostaria de transpor essa eficácia para a minha vida interior. Arredar passados e presentes, ensopar as mágoas e os desencantos e pôr de novo o motor a funcionar num programa mais simples, sem pré-lavagem. Talvez a temperaturas mais mornas que os graus tropicais com que gosto de brindar a minha roupa e as minhas entregas. Tinha posto carga demasiada na máquina. Roupa a mais para o seu tambor. Creio que esse é um problema recorrente. Mania de carregar aos ombros o peso da vida e dos problemas próprios e alheios e misturar tudo de uma só vez. Lavar tudo de uma “vezada” só!
Seca a piscina improvisada nos azulejos, dividi a roupa em dois molhos e defini prioridades. A roupa urgente que lavei em seguida e a que podia esperar. Também assim deveria fazer comigo. Problemas urgentes e os que podem esperar. Pôr amaciador delicado nesta amálgama de sentimentos e olhar com serenidade a centrifugação dos dias sem stressar... Sentar-me em seguida no sofá e gozar a plenitude da sensação de uma missão cumprida.
Arredei máquinas, cama de gatos, ensopei toalhas e tapetes com uma diligência reactiva impecável. Gostaria de transpor essa eficácia para a minha vida interior. Arredar passados e presentes, ensopar as mágoas e os desencantos e pôr de novo o motor a funcionar num programa mais simples, sem pré-lavagem. Talvez a temperaturas mais mornas que os graus tropicais com que gosto de brindar a minha roupa e as minhas entregas. Tinha posto carga demasiada na máquina. Roupa a mais para o seu tambor. Creio que esse é um problema recorrente. Mania de carregar aos ombros o peso da vida e dos problemas próprios e alheios e misturar tudo de uma só vez. Lavar tudo de uma “vezada” só!
Seca a piscina improvisada nos azulejos, dividi a roupa em dois molhos e defini prioridades. A roupa urgente que lavei em seguida e a que podia esperar. Também assim deveria fazer comigo. Problemas urgentes e os que podem esperar. Pôr amaciador delicado nesta amálgama de sentimentos e olhar com serenidade a centrifugação dos dias sem stressar... Sentar-me em seguida no sofá e gozar a plenitude da sensação de uma missão cumprida.
2 Comments:
Todos os dias são bons dias para colocar amaciador nas palavras e nos sentimentos. E todos os dias deviamo-nos deixar ficar sentados no sofá, a observar a centrifugação da vida agitada. Todos os dias. Fá-lo. Sentir-te-ás muito melhor, prometo.
Muito "giro" este post... permite-me a gíria. Beijinhos
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