quinta-feira, outubro 21, 2004

este ramo ainda

Sou este ramo ou outro qualquer. As folhas que de fé se soerguem.
Sou a força frágil que vence a muralha das águas. A força e a fé.
Sou a voz calada, as garras afiadas, os passos apressados ao redor da sala, da mesa, do quarto, os gestos nervosos, a raiva contida e o grito!
Sou eu que faço da fraqueza força e luta e mais luta ainda. Sou eu que desencantada me encanto com outra voz qualquer. Com qualquer outra voz amiga.
Sou eu que lanço amarras e apelos. Que respondo ao silêncio com palavras e ao desprezo com carinho e amor ainda. Sou eu que me reivento noutro corpo qualquer. Que me ergo e suspiro e respiro, respiro ainda! Sou este ramo ou outro qualquer, que se verga mas não quebra, na velhinha sabedoria do balouçar do junco.
Sou este ramo resistente, feito de sangue, dor e fibra. Sou eu sou eu ainda!