segunda-feira, julho 19, 2004

condenados


Por último, são as estrelas e galáxias as grades que nos cerram à liberdade. Do lado de lá, talvez O Carcereiro aguarde a nossa liberdade condicional, como ponto no teatro, omnipotente e atento às falas, deixas e misérias da humanidade. E então nunca somos livres, vivemos apenas virtuais momentos de euforia. E então nunca somos gente, sob o jugo das amplas fronteiras da ética que desconhecemos. E por isso não há destino mas caminho, não há vontade mas actos valoráveis à luz da Lei que tacteamos. E fechamos  caixinhas em caixas maiores, estratificamos à nossa imagem e semelhança de comuns mortais, crentes da nossa virtual liberdade e justiça, do equilíbrio do sistema de bobos e momices,  plagiando para baixo o que vem de cima. E paramos aterrados com o olhar dos que maltratados intuem a verdade pela inocência, desconhecedores do porquê de alguns brincarem ao Poderoso.